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Metodología para la realización de análisis de coyuntura desde la Educación Popular: breve introducción

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  Por Ivonaldo Leite (sociólogo, Universidad Federal de Paraíba, Brasil) (A la memoria de mi amigo João Francisco de Souza) Poco antes del golpe cívico-militar de 1964 en Brasil, que instauró una terrible dictadura de 21 años en el país, el fallecido científico social Wanderley Guilherme dos Santos escribió un texto clásico y paradigmático  sobre quién daría el golpe en Brasil, prediciendo lo que ocurriría.   Tras el fin de la dictadura, le preguntaron, en una entrevista, cómo había podido ser tan preciso en su predicción. La respuesta fue breve pero emblemática: hay que saber analizar la coyuntura   para identificar hacia dónde apuntan y nos conducen los signos de la realidad. A lo que podemos añadir: tanto en la esfera pública como en la personal, y esto significa producir una buena ciencia social aplicada.  En cierto sentido, dicha perspectiva recuerda lo que Eric Hobsbawm dijo sobre la "bola de cristal del historiador", o sea, que la historia analítica, al borde de

Aula Pública - Entre a batina, o conhecimento e a revolução: o popular e a práxis de Camilo Torres Restrepo

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  Aproximamo-nos do centenário do colombiano Camilo Torres Restrepo, nome de referência na América Latina. 2024 marca os 95 anos de seu nascimento e os 58 anos da sua morte em combate armado ao lado do movimento popular insurreto Exército de Libertação Nacional (ELN). Padre, Camilo foi um dos pioneiros da teologia da libertação na América Latina. Estudou sociologia, tendo-se doutorado na Universidade Católica de Lovaina/Bélgica. Ao regressar para a Colômbia, fundou, ao lado de Orlando Fals Borda e outros, a Faculdade de Sociologia e criou o primeiro programa disciplinar de sociologia da   América Latina. A chave da opção religiosa de Camilo era, poder-se-á dizer, mais terrena e menos de 'transcendência teológica', tendo a ver com as condições  concretas de vida das pessoas, designadamente das pessoas espoliadas. Tal chave se traduzia no que ele chamou de ‘amor eficaz’, a busca pelo estabelecimento de relações igualitárias e pela justiça social. Essa sua perspectiva, em última

Celso Furtado, história e desenvolvimento: ideias para o presente

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  ( A princípio, este ensaio constituiu o texto-base de um seminário ministrado pelo autor na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro/Portugal. Posteriormente, foi publicado em diferentes veículos. Manteve-se o grafo da escrita usada em Portugal)   Celso Furtado  Por Ivonaldo  Leite * I - INTRODUÇÃO O que se deve entender por História Económica? Eis a pergunta que, numa abordagem como a presente, desde logo vem à tona. Convém, portanto, à partida, pôr em realce o modo como, aqui, ela é concebida. Ao tratar do assunto, o historiador inglês Eric Hobsbawm disse sem meias-palavras que, «  divorciada da História, a Economia é um navio desgovernado e os economistas sem a História não têm muita noção  [de]  para onde o navio navega»  ( 1 ) . Certo. Mas o problema é que, como o próprio Hobsbawm reconhece, não temos uma única História Económica. É correcto falar da existência, pelo menos, de duas. Isto é, a História Económica dos historiadores e a dos economistas. E assim, por esta via, depara