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A morte e os nossos mortos: a eles tudo, por eles a nossa vida

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    Por Ivonaldo Leite (Universidade Federal da Paraíba)   Após a tragédia que foi a Segunda Guerra Mundial, o filósofo Theodor Adorno fez uma reflexão desesperada perante o horror dos que morreram nos campos de concentração. Afirmou que, tendo escapado à inumanidade, os sobreviventes não tinham o direito de viver a sua própria vida pessoal, mas sim deveriam ser solidários aos que pereceram e cuidar para que a inumanidade não triunfasse outra vez.  Por "ironia do destino",  as palavras de Adorno turvam com o espelho reverso do atual genocídio praticado em Gaza contra os palestinos. De toda forma, tal reflexão é uma espécie de ponto de partida para uma séria meditação sobre o destino comum de todos nós, mortais, diante da morte dos outros, e principalmente dos nossos entes queridos. Há sentido em sobreviver à morte das pessoas que amamos? Afinal, como assumem algumas compreensões inspiradas em Hegel, a morte é um problema para quem fica, não para quem se foi. Faz tempo que