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Mostrando postagens de junho, 2023

Trotsky, o crepúsculo da última ausência: Esteban Volkov, presente!

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  Esteban: criança, ao lado de Trotsky, e adulto Por Ivonaldo Leite   “Os mortos só morrem se perecerem em nossos corações. Mas enquanto continuarmos a amá-los e a respeitar sua memória, enquanto continuarmos a colocar seus pratos favoritos em seus túmulos e nos retirarmos periodicamente para homenageá-los, enquanto fizermos tudo isso, eles continuarão vivos. Eles estarão por aí, ao nosso redor, em todos os lugares, sedentos de lembranças e afeto. Apenas algumas palavras serão suficientes para invocar sua presença e sentir o abraço urgente de seus corpos invisíveis, sempre impacientes para nos serem úteis.” Lembrei-me destas palavras da escritora guadalupense e feminista Maryse Condé por estes dias.   Mais precisamente em decorrência da morte no último dia 16/06, aos 96 anos, no México, de Esteban Volkov (Sieva), neto de Leon Trotsky. É quase desnecessário dizer que Trotsky já foi considerado ‘o homem mais perseguido do mundo’.   Perseguido pela cólera stalinista que se apossou dos

Carta a um(a) jovem pesquisador(a) em Educação

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    Por António Nóvoa  (Universidade de Lisboa) N un c a h esit ei ta n t o na pr epa r ação de u m a c o n f er ên c ia c o m o desta v ez. A n dei pa r a t r ás e p a r a a f r ente. Es c r e v i e deit ei f o r a. Papéi s at r ás de papéis. Desisti e comecei a preparar uma intervenção mais normal. Mas a carta não me saía da cabeça, e venceu-me. Aqui a têm, apesar de o género epistolar pertencer a um tempo que já não é o nosso, “porque uma carta fixa a memória do que se diz. E hoje não se diz nada e apenas se fala, que é coisa de se cumprir e esquecer”. Numa carta, o que interessa é a relação, esse diálogo em que conversamos connosco quando nos dirigimos ao outro, ainda que seja um outro imaginário. Esta é “a forma mais concreta de diálogo que não anula inteiramente o monólogo”. Uma carta permite maiores liberdades do que outros estilos e, por isso, me atrevo a dar-vos oito conselhos, e ainda um nono, porque n