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Tempo de Natal, tempo de fim de ano: palavras para não esquecer

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O Tempo , de Mário Quintana    A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal… Quando se vê, já terminou o ano… Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê, passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado… Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas… Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo… E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.    

Nota de Pesar: Bernard Charlot (1944-2025)

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  É com grande pesar que o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Sociedade e Culturas (GEPEDUSC)/UFPB-CNPq recebe a notícia do falecimento do Prof. Bernard Charlot. Pensador francês de referência internacional, que adotou o Nordeste brasileiro para viver e na região constituiu família, o Prof. Charlot, a partir da Sociologia da Educação/Ciências da Educação,   deu uma contribuição fundamental ao pensamento educacional mundial e, em particular, à formulação analítica considerando a educação brasileira. Os seus estudos sobre formação de professores, relação com o saber, conhecimento nos meios populares, jovens e educação, etc., são contributos marcados por uma fecunda originalidade e relevância. Não menos importante foi a sua atuação no contexto universitário brasileiro, sendo exemplo disso, na Universidade Federal de Sergipe, o seu papel na Pós-graduação em Educação, na Pós-graduação no Ensino de Ciências e Matemática e na criação do pioneiro Programa de Pós-graduação em Cu...

Um Novo Êxodo Judaico: Ruptura com o Sionismo

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  Judeu sefardita Roni  Margulies:  inspiração libertária Por Naomi Klein* Tenho pensado em Moisés e em sua ira quando desceu do monte e encontrou os israelenses adorando um bezerro de ouro. A ecofeminista em mim sempre se sentiu incomodada com esta história: que tipo de deus tem ciúmes dos animais? Que tipo de deus quer acumular toda a sacralidade da Terra para si mesmo? Mas há uma forma menos literal de entender esta história. Trata-se dos falsos ídolos. É sobre a tendência humana de adorar o profano e reluzente, de olhar para o pequeno e material em vez do grande e transcendente. O que eu quero dizer a vocês esta noite, neste revolucionário e histórico  Seder nas ruas , é que muitos de nossa gente estão adorando um falso ídolo mais uma vez. Eles estão extasiados com ele. Embriagados por ele. Profanados por ele. Esse falso ídolo chama-se “Sionismo”. Naomi Klein: luta política, judaísmo  libertário e ruptura com o sionismo É um falso ídolo que pega noss...

Pesquisa interpelante e a escrita da transformação

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Entrevista orginalmente publicada pela Revista Comunei - Em Comum Perfil do entrevistado: Aos 15 anos, integrou-se à luta política, numa trajetória simultânea de militância e estudo: ativista no movimento estudantil secundarista em Pernambuco, presidente de Diretório Central de Estudantes na universidade, atuação/assessor no movimento sindical docente, integrante de uma organização política clandestina/defensora da luta armada no período final da Ditadura Militar/de transição à Democracia, dirigente do Partido dos Trabalhadores (Presidente do partido numa cidade pernambucana e membro da sua direção no estado). Pelo caminho, enfrentou os resquícios do famigerado Decreto 477 da Ditadura Militar e foi impedido, por um tempo, de frequentar a universidade (suspenso de curso), tendo respondido a processo judicial, por sua atuação político-social, sob ameaça de detenção. Em meio a tudo isso, enveredou-se pelo caminho de artes como a literatura. Com essa história de vida,  Ivonaldo Nere...

O 'caso Boaventura de Sousa Santos': sobre acusações, fatos e documentos

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Passado algum tempo do calor do “clima denuncista” contra o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, o trato sereno do caso parece que começa a se impor. Aqui, também, se aplica um axioma dos alvores da ciência:  a verdade é filha do tempo, da História.  Da parte do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Sociedade e Culturas (GEPEDUSC), até pela nossa longa relação e parceira com o mundo acadêmico lusitano, a questão sempre foi abordada com muito equilíbrio, sem juízo de valor prévio, conforme escreveu o nosso coordenador quando o caso veio à tona (aqui:  as lições do caso Boaventura de Sousa Santos ). O tempo nos tem dado razão, e mostrado que a mentira, mesmo que num primeiro momento produza calúnia e difamação, não resiste à coragem de desmascará-la. Seja em que esfera pública for, principalmente na esfera acadêmica, que, por sua natureza, não é compatível com a dissimulação, a cumplicidade com malfeitos e deve ter um compromisso irrenunciável com o rigor analítico e c...

A coragem como virtude e os últimos combatentes

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  (Texto resultante de intervenção em sessão pública de debate sobre o livro Uma Esquerda Armada: Militância, Assaltos e Finanças do PCBR na década de 1980 ) É preciso escovar a história a contrapelo (Walter Benjamin, filósofo judeu)    POR IVONALDO NERES LEITE   Agradeço pelo convite para fazer um comentário a este imprescindível livro, que narra um pedaço da história subterrânea de muitos de uma geração que, com erros e acertos, não se furtaram ao bom combate em nome das causas que abraçaram. E levaram às últimas consequências o seu engajamento. Também é a minha história. Antes, porém, permitam-me mencionar dois pensamentos emblemáticos de dois grandes brasileiros. O primeiro é Antonio Candido, e o cito ‘de cabeça’. Ao comentar o significado de Raízes do Brasil , livro clássico de Sérgio Buarque de Holanda, diz-nos ele:   A certa altura da vida, vai ficando possível dar balanço no passado sem cair na autocomplacência, pois o nosso testemunho se torna regis...