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Mostrando postagens de dezembro, 2022

À Memória de John Molyneux

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  John Molyneux (1948-2022)  Por Ivonaldo Leite   Faleceu John Molyneux, nosso Coordenador da Rede  Global Ecossocialista (Global Ecosocialist Network).  John foi uma figura notável, e continuará entre nós, eternizado, através da sua obra. Como diz Hegel, “a vida do espírito não é a vida que se ausenta diante da morte e se mantém pura de desolação, mas é a vida que sabe afrontar a morte e manter-se vida”. Pelo grau da universalidade biográfica e da obra produzida. Assim,  quem partiu, continuará vivendo. John nos deixa muitas lições. Britânico e afiliado a um legado arejado do trotskysmo, na Universidade de Portsmouth/Inglaterra, pugnou incansavelmente  pela (re)atualização do pensamento de Marx. Como Historiador da Arte, produziu uma obra de  rara originalidade, sob a inspiração dos aportes marxianos:  A Dialética da Arte . Não menos importantes e originais são trabalhos seus como ‘O Que é a Real Tradição Marxista?’;  ‘A Teoria da Revolução de Leon Trotsky’; ‘Anarquismo: um Marxismo C

Nuno Crato e a demolição da demagogia educativa: reprovação, leitura e qualidade

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  Nuno Crato: qualidade na formação  Fonte: Educar  Nuno Crato, pesquisador de referência internacional,     notabilizou-se por divulgar e traduzir para o cotidiano os grandes teoremas e equações — trabalho que o fez merecedor do cobiçado  European Science Award , em 2008. Foi Ministro da Educação e da Ciência em Portugal, revolucionando o sistema educativo e de ciência e tecnologia português; mas, contrariando determinadas perspectivas, foi muito questionado e mesmo atacado, situação que persiste até hoje, embora os resultados do seu trabalho sejam visíveis. Com uma ironia entrecortada de erudição, respondeu os ataques chamando-os de “eduquês”, ou seja, discursos que se repetem sem nada dizerem, mas que alimentam os grupos que os pronunciam, e mesmo rendem-lhes algum dividendo. Por regra, baseia as suas afirmações em evidência científica, e diz que não se pode aprovar quem não assimilou conteúdo e, portanto, não adquiriu conhecimento. Abaixo, reprodução de passagens de uma entrevista

Como dois pesquisadores bem formados e discretos foram decisivos para a vitória da Democracia no Brasil e a derrota do extremismo

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Por Breno Pires ( Repórter da Revista Piauí baseado em Brasília; foi jornalista investigativo no Estadão) Fonte: Revista Piauí (Edição 195, Dezembro 2022) Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos (Leonardo da Vinci).   Quando tomou o voo de Portugal para o Brasil, o casal Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira trazia uma bagagem preciosa. Brasileiros, ela mestre em comunicação política pela Universidade do Porto e ele sociólogo, Sarkis e Nogueira haviam feito um mapeamento da extrema direita portuguesa no universo digital que ajudou o Partido Socialista a conquistar uma inesperada maioria nas eleições legislativas do início do ano. Enquanto cruzavam o Atlântico, no mês de fevereiro, a campanha no Brasil estava longe de começar, mas o P