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Colóquio Nacional: O Pensamento de Álvaro Vieira Pinto

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  Álvaro Vieira Pinto (1909-1987) foi um dos mais completos intelectuais brasileiros. Com formação em diferentes áreas, tornou-se Catedrático da Faculdade de Filosofia da então Universidade do Brasil (hoje UFRJ) e ganhou projeção a partir de 1956, quando se juntou ao grupo de fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), cujo Departamento de Filosofia passou a chefiar. Ali, instalado no centro dos debates do ciclo desenvolvimentista, dedicou-se a refletir, filosófica e sociologicamente, sobre os vários modos de pensar o ser nacional a partir da periferia do sistema-mundo. Nação, projeto, trabalho, desenvolvimento, construção de identidades foram temas que permearam a sua fecunda e profunda reflexão. Exerceu forte influência sobre Paulo Freire (a quem legou, por exemplo, o conceito de conscientização), Darcy Ribeiro e outros pensadores do Brasil. O golpe civil-militar de 1964 levou-o ao exílio, primeiro na Europa, depois no Chile, onde passou a dar aulas nos cursos av

Seminário: O que é uma Tese de Doutorado?

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  Quais as diferenças de nível entre os trabalhos conclusivos de Curso? Entre uma Monografia de Conclusão de Curso de Graduação e uma de Conclusão de Especialização? E o que diferencia uma Dissertação de Mestrado e uma Tese de Doutorado? Em que consistem as distinções de produção e escrita de ambas? Mais concretamente: o que se espera de uma Tese de Doutorado? Essas questões e as suas respostas nem sempre são perceptíveis e entendidas, até mesmo no contexto da pós-graduação, e, como consequência, têm impacto direto na formação qualitativa de mestrandos/as e doutorandos/as. Tendo em atenção tal problemática, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Sociedade e Culturas (GEPEDUSC/UFPB-CNPq) promove, no próximo dia 15/05, o seminário denominado  O que é uma Tese de Doutorado? , a partir das 14h30, na UFPB/Campus do Litoral Norte – unidade de Mamanguape (no Laboratório de Pedagogia). Um dos aportes da discussão é a contribuição do Professor Mariano Grilli. O seminário será dinamizado pe

Manifesto Popular Brasileiro (M.P.B)

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Por Myrla Muniz (Professora de Canto Popular, Cantora, Doutoranda em Literatura - UnB)   A música de um povo reflete-se nos acontecimentos históricos, ou os acontecimentos históricos refletem-se na música de um povo? Faço esse questionamento, e logo me vem à memória o que me embalou desde a infância e construiu minha identidade nordestina, brasileira e mundividente, ou, como diria Drummond (1940), com um “sentimento de mundo”.  Percebo que essas fronteiras são móveis, os acontecimentos influíram nas músicas, e essas mesmas músicas embalaram os tempos da história, quando comecei a formar a minha identidade cultural e sentimento de pertença.  Como centenas de outras artistas brasileiras, minha trilha sonora pessoal foi composta de canções lembradas e esquecidas, por vezes canções chamadas “de protesto”, por vezes de memória mais afetiva, que iam dos boleros às salsas e merengues caribenhos, do coco e do rojão de Jackson do Pandeiro aos baiões e toadas da magia gonzagueana. Canções que

El Movimiento Fe y Alegría: sobre la necesidad de refundamentar la Educación Popular

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(Extraído de Fe y Alegría - La Educación Popular y su Pedagogía. Caracas: Federación Internacional de Fe y Alegría, 2003)  En 1985, a los treinta años de haber sido fundada, y tras un largo  proceso de reflexión, análisis y cuestionamiento, a veces difícil y conflictivo, Fe y Alegría plasmó su identidad y razón de ser en su Ideario, en el que se autodefine como “un Movimiento de Educación Popular que, frente a situaciones de injusticia, se compromete con el proceso histórico de los sectores populares en la construcción de una sociedad justa y fraterna” Fe y Alegría se atrevió a definirse como Movimiento de Educación Popular en momentos en que la Educación Popular, muy ligada a los movimientos sociales y políticos que buscaban transformar profundamente las estructuras injustas de la sociedad, miraba con desconfianza y recelo el mundo de la educación formal por considerar que era el “aparato ideológico del Estado” opresor, cuya función era reproducir la sociedad de dominación e injusti

A cor do tempo quando passa: à memória do Professor Ciro Flamarion Cardoso

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  Passada uma década do falecimento do Professor Ciro Flamarion Cardoso, um gigante da historiografia brasileira e latino-americana, autor de uma vasta obra original, e responsável pela formação de numerosos/as pesquisadores/as, relembra-se um memorial a seu respeito. Segue aí abaixo, depoimentos de ex-estudantes seus e uma das suas últimas entrevistas. Ciro Flamarion Cardoso         Depoimento de Marcos Alvito Quando comecei a ter aula com o Prof. Ciro, no primeiro semestre de 1984, eu fiquei entusiasmado com a seriedade, a competência e a atenção com que ele nos tratava. Quando eu chegava em sala, no horário correto, já lá estava o Prof. Ciro. Descobri que ele, sempre metódico, saía caminhando do seu apartamento no Ingá exatos 12 minutos antes da aula começar. Como o percurso lhe tomava sete minutos, ele chegava sempre cinco minutos antes. Em uma homenagem silenciosa, eu passei a chegar 10 minutos antes da aula começar e cinco minutos antes dele. Muitos anos depois contei a ele o