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Mostrando postagens de setembro, 2024

Sobre a crise na UERJ: para além do autoritarismo e do populismo, a universidade merece respeito

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  Por André Lázaro (Professor aposentado da UERJ, tendo atuado em atividades de ensino, pesquisa e extensão e integrado a equipe que instituiu a Política de Ações Afirmativas na instituição) Lamentáveis as imagens da UERJ nestes últimos dias. Pioneira no sistema de cotas, a Universidade pública mais popular não apenas pela política de ação afirmativa, mas, desde sempre, por acolher em seus cursos noturnos o estudante trabalhador, a UERJ sofre agora com violências incompatíveis com sua história. Mas, de que imagens estamos falando? A entrada da Polícia Militar para realizar a reintegração de posse é lamentável, como são lamentáveis as imagens da violência perpetuada pelos que se dizem “ocupantes ” : violência contra o patrimônio da Universidade, violência contra as pessoas que buscavam construir um acordo, violência na interrupção de sessões do Conselho Universitário. Até 7 de janeiro de 2023, era inaceitável que a polícia entrasse no Congresso Nacional. Mas no dia 8/01/23...Sim,

Nos 16 anos da ausência-presença de João Francisco de Souza

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  Por que as pessoas sonham? - Para ver melhor as coisas. De onde as pessoas vêm? - Os deuses as fizeram. Onde os deuses moram? - Eles moram em todas as coisas vivas. Por que eles fizeram as pessoas? - Estavam entendiados, eles fizeram as pessoas para se entreterem. Por que os deuses deixam as pessoas morrerem? - As pessoas não morrem; elas vão de uma casa para outra. (...) É mais fácil ver em silêncio. Por quê? - Porque pode-se ver o mundo como ele realmente é. (Diálogo inicial do filme ‘O Enigma das Cartas’, entre a garotinha Sally, perguntando, e um camponês mexicano, respondendo)   Por Ivonaldo Leite (UFPB)  O diálogo em tela sempre me traz à memória as palavras da escritora guadalupense, e feminista, Maryse Condé: “ Os mortos só morrem se perecerem em nossos corações. Mas enquanto continuarmos a amá-los e a respeitar sua memória, enquanto continuarmos a colocar seus pratos favoritos em seus túmulos e nos retirarmos periodicamente para homenageá-los,

Movimentos sociais como movimentos antissistêmicos: o que são?

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'O Quarto Estado', de Giuseppe Volpedo: trabalhadores em marcha    Por Carlos Antonio Aguirre Rojas  (Universidade Autônoma do México) O conceito de movimentos antissistêmicos foi cunhado por Immanuel Wallerstein para tratar de englobar em um só termo as duas famílias principais dos movimentos sociais, que se desenvolveram e se afirmaram durante o século XIX, e que são, de um lado, todos os movimentos sociais e socialistas surgidos nos países centrais e semiperiféricos do sistema mundial, e de outro, o conjunto de movimentos nacionalistas, anticolonialistas e de libertação nacional desenvolvidos na grande maioria das nações da vasta periferia desse mesmo sistema mundial capitalista. Porque neste ponto, relativo aos movimentos sociais de oposição, Immanuel Wallerstein, defendendo sua tese central de que é preciso diferenciar os diversos fenômenos estudados, de acordo com os distintos espaços constitutivos do sistema mundial capitalista (que abarcam o centro, a semiperiferia

Sistema Mundial, transição de hegemonia e o futuro que nos aguarda: quebrar as correntes, colher a flor da vida

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  Por Ivonaldo Neres-Leite Devemos ao historiador e sociólogo Immanuel Wallerstein a formulação do   conceito de Sistema Mundial (ou Sistema-Mundo). Com ele, Wallerstein mostrou que o mundo está estruturado, em termos de relações de poder, em torno de um conjunto de países centrais, que comandam a ordem mundial; um bloco de países periféricos, que são subalternos e dominados de forma (neo)colonial; e um grupo de países semiperiféricos, que ocupam uma posição intermediária entre a periferia e o centro do Sistema Mundial [1] . Na verdade, Wallerstein deu outro tratamento à classificação conceitual das relações de poder e de dominação entre países que havia sido realizada pela Teoria da Dependência. Para esta, o mundo se divide entre um centro e uma periferia, sendo os países centrais , basicamente, aqueles que foram   colonizadores do continente americano, da África e da Ásia [2] . Ou seja, países europeus, mais os Estados Unidos, que, não obstante tenha estado sob o domínio da Ingla