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Mostrando postagens de maio, 2023

A Rede Internacional de Educação Popular: sua Proposta e Contribuição

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Quando um grupo de pesquisadores, de diferentes enlaces, decidiu fundar uma Rede Internacional de Educação Popular, o panorama nessa área temática defrontava-se com significativos desafios analíticos e políticos (e continua a se defrontar, embora com outras configurações). As perspectivas de transformação social referenciadas na bipolarização da Guerra Fria tinham colapsado com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética; o neoliberalismo vivia o seu auge; a tese do “fim da História” era repisada permanentemente; em países latino-americanos de língua espanhola, emergia o debate sobre o futuro da Educação Popular (fim, refundamentação, continuidade tal como vivêssemos no contexto dos anos 1950/1960), etc. Não obstante esse cenário, da Universidade de Edimburgo (Escócia), emergiu a Popular Education Network (PEN) agregando acadêmicos de diferentes nações (pesquisadores da práxis) e daí a Rede aglutinou 160 membros de 24 países. Definiu alguns princípios básicos, como, por exemp

Manifesto pela pluralidade acadêmica e contra a intolerância

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Se estendermos tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto com eles.  (Karl Popper) Inspirados na carta "A Letter on Justice and Open Debate" (e no Movimento Internacional Academia Heterodoxa), publicada em 2020 na   Harper's Magazine , onde mais de 150 intelectuais reafirmaram a preocupação contra a intolerância nos Estados Unidos, acadêmicos brasileiros de diferentes áreas lançaram o   Manifesto   Pela Liberdade de Expressão na Universidade Brasileira . Conforme os organizadores, “trata-se de uma carta contra os diversos graus de intolerância praticados tanto pela extrema direita como por setores ditos de esquerda , como o destrato pessoal contra quem se diverge, a eliminação de correntes de pensamento e até mesmo a perseguição a pós-graduandos, quando se discorda do orientador". Entre

Inteligência Artificial - Simulação: um duro ataque à ciência e ao pensamento crítico

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Há um mês, o reputado pensador e linguista Noam Chomsky co-assinou um artigo no New York Times em que condena a “falsa promessa do ChatGPT”, criticando o rumo que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) levou. Ao Ípsilon, numa videochamada, o especialista do MIT reforçou o desassossego com a forma como a tecnologia está a evoluir, com algoritmos que nos dão conteúdo à nossa medida e chatbots que simulam a comunicação humana e contribuem para a inércia analítica e criativa. “Este é o ataque mais radical ao pensamento crítico, à inteligência crítica e particularmente à ciência que eu alguma vez vi”, diz o pensador, com 94 anos, apontando a forma como as ferramentas assumem cada vez mais uma dimensão “corporativa”. “A ideia de que podemos aprender alguma coisa com este tipo de IA é um erro”, atira. Questionado sobre o que fazer com esta mudança tecnológica, que aconteceu de forma tão brusca, destaca o papel da educação. “É impossível travar os sistemas”, avisa Chomsky, qu