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Eleição: política e manipulação religiosa

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  Por Márcia Tiburi  (Professora de Filosofia e escritora)    Atualmente o que vem sendo chamado de cristo-fascismo cria Fake News em torno do candidato Lula e coloca Deus novamente como uma moeda de troca, obrigando Lula a se defender como cidadão que acredita em Deus.  Nenhum candidato teria nenhuma obrigação de ser cristão ou acreditar em Deus, mas desde que caímos na armadilha da teocracia e da teologia do enriquecimento, a mistificação corre solta e descontrolada.  O Brasil está sendo transformado em um inferno por pastores e padres embusteiros que descobriram que podem avançar na direção do poder sem nenhum tipo de controle.  Os pastores e suas igrejas são abusadores de Deus transformado em uma moeda de troca. Jesus foi igualmente rebaixado a objeto de mercado.  A política faz parte desse mercado, como vemos em Plano de Poder, livro de Edir Macedo, no qual se veem as bases para se construir uma nação segundo os preceitos de sua empr...

Dificuldades, Êxito e Felicidade: Sêneca e a Educação

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  Por José Paz Rodrigues   Lucius Annaeus Seneca  (em português, Lúcio Aneu Sêneca, ou ainda Séneca/Sêneca, o Jovem – nasceu em Córdova, Hispânia, Império Romano, no ano 4 a.C. e faleceu em Roma, Império Romano, no ano 65 d.C.) foi um importante escritor e filósofo do Império Romano. Filho de um grande orador, Annaeus Sêneca, o Velho, foi educado em Roma, onde estudou retórica e filosofia, tornando-se famoso como advogado. Foi membro do senado romano e depois foi nomeado questor, magistrado da justiça criminal. É o seu trabalho no campo da filosofia que desperta o maior interesse, isso desde o período do Renascimento. Entre suas ideias, destaca-se a da consciência, que ele entendia como a capacidade que o homem tem de distinguir entre o bem e o mal. Ela é inerente ao ser humano, que não pode se livrar dela ou escondê-la, pois o homem não consegue se esconder de si próprio. O criminoso pode evitar a punição da lei, mas não evita a punição dentro de sua consciência,...

A morte dos intelectuais

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  Por Paulo Delgado  (Sociólogo )   Paulatinamente está sendo consagrada no Brasil a lei de ferro da ignorância... Sem estola, estofo, carmesim ou linho fino, malquistos por meio mundo, poucos parceiros na vigília para romper o sono da universidade, sem influência social na nova geração, cinco deles se foram há poucos dias. Cinco dos maiores intelectuais brasileiros dos últimos anos deixam esta vida no pior momento para a inteligência do País, de total enfraquecimento de todos os princípios. Um efeito cumulativo irrecuperável da falta de paz no dia a dia, fruto exclusivo do fato de a elite política persistir em seu hábito de deixar o País funcionar em termos negativos.  A farra, que só Deus via e hoje não engana mais ninguém, nunca foi desconhecida do intelectual verdadeiro. Não fosse a mania acadêmica, por justificadas razões da época autoritária, de reduzir toda a vida ao engajamento político, talvez fosse mais fácil tornar feliz e compreensível o papel do inte...

A guerra na Ucrânia: vítimas, contexto e causas

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  Sociólogo Manuel Carlos Silva: problematizar  analiticamente a guerra na Ucrânia                                     Por Manuel Carlos Silva   (Sociólogo, Universidade do Minho, Portugal)     Como seres humanos não podemos ficar de modo algum indiferentes perante a morte e o sofrimento do povo   ucraniano, para o que Estados e povos estão prestando o justo auxílio humanitário. Importa sublinhar a responsabilidade primeira da Rússia na decisão da invasão da Ucrânia – aliás errada e contraproducente, em termos reputacionais, na própria estratégia de defesa da Rússia face à militarização da NATO a leste. Porém, importa também indagar causas próximas e remotas deste conflito político-militar em termos geoestratégicos. Em 2014, o Presidente eleito da Ucrânia Yakunovich é ilegalmente derrubado por um movimento pseudorrevolucionário apoiado pelo então vice-pre...

Webinário: Teatro do Oprimido e Empoderamento Individual e Coletivo

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Concebido pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal entre as décadas de 1960 e 1970, o Teatro do Oprimido (TO) surgiu tendo entre os seus objetivos democratizar a produção teatral, proporcionar o acesso dos segmentos menos favorecidos ao universo artístico e desencadear processos de transformação social através do teatro. Com técnicas teatrais específicas, onde o teatro não significa monólogo - mas, sim, comunicação recíproca e compartilhada -, a perspectiva de Boal alcançou ampla difusão no Brasil, na América Latina e no mundo em geral, com as suas obras sendo traduzidas em mais de vinte idiomas. Dessa forma, foram desenvolvidos, por exemplo, o Teatro-Jornal, Teatro Imagem, Teatro Invisível, Teatro Fórum, Arco-Íris do Desejo (França), Teatro Legislativo, etc. Inspirados pelo Teatro do Oprimido e por elaborações do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) – liderado, entre outros, pelo filósofo Álvaro Vieira Pinto -, movimentos de cultura popular (sob o abrigo da UNE, do PCB, e...

Pesquisa e procedimentos metodológicos: abordagem sobre a realização de análise de conteúdo

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Prof. Márcio Uriel Rodrigues O que é análise de conteúdo? Quais as suas perspectivas? Como ocorre a sua realização? Quais os seus procedimentos básicos? Como pode ser trabalhada em pesquisas qualitativas? Estas e outras questões estarão sendo enfocadas em atividade a ser realizada pelo GEPEDUSC no próximo dia 23/03, a partir das 15h00, de forma remota através do Google Meet. Na ocasião, o Prof. Dr. Márcio Uriel Rodrigues (Universidade do Estado do Mato Grosso), organizador da obra Análise de Conteúdo em Pesquisas Qualitativas , estará desenvolvendo uma abordagem a respeito. Trata-se de uma atividade que se situa no contexto da compreensão, amplamente enfatizada, segundo a qual, sem uma compreensão consistente da dimensão teórico-metodológica, a qualidade da formação do/a pesquisador/a padecerá de limitações comprometedoras.  Sobre o Professor Márcio Uriel Rodrigues:  Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Professor do Programa de Pós-graduaç...

Entre grãos de verdade e a crítica da crítica: educação, sociedade e pesquisa em revista

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REPRODUÇÃO DE ENTREVISTA ORIGINALMENTE PUBLICADA POR LATINOAMÉRICA REFLEXIONA    Latinoamérica Reflexiona (LR)  entrevista Ivonaldo Leite, sociólogo, PhD, professor da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, e pesquisador em universidades latino-americanas e europeias, com estudos em distintos campos histórico-sociológicos, nomeadamente na esfera da Sociologia da Educação e da Violência 'Operários', de Tarsila do Amaral  LR: Em entrevista à revista portuguesa A Página da Educação , nos anos 2000, fez uma crítica à ‘superficialidade de abordagens’ que, situada o campo dos movimentos sociais, enfatizava a necessidade de ‘ir além do discurso panfletário e das palavras de ordem’. Mantém? Ivonaldo Leite: Bem, já faz um bom tempo, e não lembro de quando é a entrevista... LR: De 2006, nº 156 da revista (aqui:  https://www.apagina.pt/ ) Ivonaldo Leite: Pois, há dezesseis anos, tem a marca do tempo, e se calhar, o texto, em sua integralidade, tem até   ...